Cães passam por diferentes treinamentos para que possam dar assistência às pessoas com deficiência visual
Nesta semana foi celebrado o Dia Internacional do Cão-Guia. A data é uma homenagem aos cães e treinadores que prestam este serviço responsável por auxiliar na autonomia e independência de pessoas com deficiência visual.
No Brasil, o reconhecimento da importância dos cães-guia foi consolidado com uma lei que assegura aos usuários o direito de acesso e permanência em locais públicos e privados acompanhados dos cães-guia. Segundo a Lei nº 11.126, de 2005, “é assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo”.
Foto por: Instituto Adimax
Além de contribuir para aspectos relacionados à autonomia e inclusão, os cães-guia também proporcionam novas interações dos usuários com a comunidade, ao despertarem interesse e curiosidade nas outras pessoas. Como relata o gerente geral do Instituto Adimax, Thiago Pereira, as pessoas beneficiadas com o cão-guia percebem as mudanças desde o momento da chegada do animal, com melhorias na autonomia, mobilidade e independência. “Com o cão, o usuário costuma sentir mais segurança para realizar atividades que muitas vezes já não realizava”, destaca Pereira.
A preparação dos pets para se tornarem cães-guia começa ainda nas primeiras fases da vida dos cães, enquanto ainda são filhotes. Neste momento, o filhote terá contato com espaços simulados, a fim de estimular e familiarizar os pets com situações que devem fazer parte do cotidiano de uma casa. Após este período, com o ciclo de vacinação completo, inicia-se o período de socialização. Esta fase do treinamento dura 15 meses e consiste em deixar o cão com uma família voluntária, para que ele possa ser apresentado à sociedade, e passa a frequentar todos os tipos de ambientes, como restaurantes, mercados e farmácias.
A etapa de socialização do cão-guia também é garantida pela legislação. O Decreto 5.904, de 2006, que regulamenta a lei de 2005, permite o ingresso e a permanência do cão em fase de socialização ou treinamento nos locais públicos ou privados de uso coletivo.
Foto por: Instituto Adimax
Como explica Thiago Pereira, quando o animal já está familiarizado com a vida cotidiana, ele retorna ao instituto para iniciar o treinamento específico para cão-guia. Quando essa etapa é concluída, a organização encontra um candidato que seja compatível com o perfil daquele cão. Assim, inicia-se a etapa de adaptação entre cão e candidato. “Depois de informar o candidato que encontramos um cão para ele, ele virá ao instituto e ficará hospedado em nosso hotel por 15 dias, onde iniciará, além do primeiro contato entre candidato e cão, toda adaptação da dupla”, comenta.
Depois da adaptação, como também explica o gerente do instituto, um treinador fica responsável por treinar o candidato na rotina, o que inclui casa, trabalho, academia, e outras atividades que fazem parte da vida da pessoa. Com a finalização desse período, a dupla passa a receber acompanhamentos periódicos, de forma vitalícia.
Foto por: Instituto Adimax
Em média, os pets podem ser cães-guia até completarem entre oito e dez anos. Com o passar do tempo, o treinador deve determinar a aposentadoria do cão-guia, que volta a ser um pet. Quando o cão se aposenta, o usuário pode optar por se tornar o tutor do animal.
O Instituto Adimax é uma entidade de assistência social fundada em 2015, com o objetivo de promover a inclusão social, a convivência familiar e comunitária e a cidadania às pessoas com deficiência visual e em situação de vulnerabilidade social.
Atualmente, mais de 800 pessoas com deficiência visual estão inscritas no processo seletivo da entidade para adquirir um cão-guia. E trabalha com 60 famílias voluntárias aprovadas para a socialização dos cães. Thiago Pereira ressalta ainda que o instituto está aberto para as famílias que queiram receber o cães e destaca a importância de novos voluntários para essa etapa, “a socialização é o início do processo para a formação de um cão-guia”, diz.
Foto por: Instituto Adimax
Conheça mais sobre o programa do Instituto Adimax e saiba como se voluntariar ou se candidatar para ter um cão-guia por meio deste link.
