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19.08.2020 | Mundo Pet

Cachorro com ansiedade: como ajudar seu pet?

MasDistúrbio pode afetar mais animais que ficam isolados em apartamentos durante o dia. Entenda

Como o cachorro desenvolve ansiedade?

A ansiedade canina é uma resposta complexa a diversos fatores, que podem interagir e variar de intensidade entre os indivíduos. Compreender as raízes dessa condição é o primeiro passo para ajudar seu pet.

Predisposição genética e raça

Assim como em humanos, a genética pode desempenhar um papel na predisposição à ansiedade. Algumas raças, como Border Collies, Pastores Alemães e Cocker Spaniels, parecem ter uma maior tendência a desenvolver certos tipos de ansiedade. Essa predisposição genética pode tornar alguns cães mais sensíveis a fatores ambientais e de manejo.

Falta de socialização adequada

Um período crítico no desenvolvimento de um filhote é a fase de socialização, que ocorre nas primeiras semanas de vida. Mas falta de exposição a diferentes ambientes, pessoas, sons, outros animais e experiências positivas durante essa fase pode levar a medos e ansiedades na vida adulta.

Traumas e experiências negativas

Eventos traumáticos, como abandono, maus-tratos, acidentes, longos períodos de isolamento ou procedimentos veterinários invasivos, podem deixar cicatrizes emocionais duradouras, resultando em ansiedade generalizada ou fobias específicas.

Ansiedade de separação

Um dos tipos mais comuns de ansiedade em cães, a ansiedade de separação, ocorre quando o animal desenvolve um apego excessivo a um ou mais membros da família e manifesta sinais de angústia quando fica sozinho ou separado dessas pessoas. As causas podem incluir mudanças na rotina da família, perda de um membro da família (humano ou animal) ou histórico de abandono.

Mudanças ambientais e de rotina

Cães são criaturas de hábitos, e mudanças significativas em seu ambiente (mudança de casa, chegada de um novo membro na família, reformas) ou em sua rotina diária (horários de alimentação, passeios) podem gerar insegurança e ansiedade.

Problemas de saúde e dor crônica

Condições médicas subjacentes que causam dor crônica, desconforto ou alterações neurológicas podem se manifestar como ansiedade. Problemas como artrite, doenças gastrointestinais e disfunção cognitiva (em cães idosos) podem contribuir para um estado de maior irritabilidade e ansiedade.

Envelhecimento e disfunção cognitiva canina (DCC)

Assim como humanos, cães idosos podem desenvolver alterações cerebrais relacionadas ao envelhecimento, conhecidas como DCC ou “Alzheimer canino”. Mas a ansiedade é um dos sintomas comportamentais que podem surgir com a DCC, acompanhada de confusão, alterações no ciclo sono-vigília e perda de memória.

Quais os sintomas de um cachorro com ansiedade?

Os sinais de ansiedade em cachorros são variados e podem se apresentar em diferentes graus de intensidade. A observação atenta do comportamento do seu pet é fundamental.

  • Vocalizações excessivas: Latidos persistentes, uivos, ganidos e choramingos, especialmente quando sozinhos ou em situações específicas.
  • Comportamentos destrutivos: Roer móveis, portas, sapatos, cavar, arranhar e destruir objetos, muitas vezes focados em pontos de saída ou itens com o cheiro do tutor (no caso de ansiedade de separação).
  • Agitação e inquietude: Incapacidade de relaxar, andar de um lado para o outro (pacing), dificuldade em se deitar e permanecer quieto.
  • Tremores e ofegação excessiva: Mesmo em repouso e em temperatura ambiente normal.
  • Salivação excessiva e náuseas: Babar mais do que o normal, lamber os lábios constantemente e, em alguns casos, apresentar vômitos ou tentativas de vomitar.
  • Alterações no apetite: Perda de apetite (anorexia) ou, em alguns casos, aumento do apetite como forma de lidar com o estresse.
  • Lambedura excessiva: Lamber as patas, flancos ou outras partes do corpo de forma compulsiva, podendo levar a feridas e perda de pelo.
  • Micção e defecação inadequadas: Fazer as necessidades dentro de casa, mesmo sendo treinado, especialmente quando sozinho (ansiedade de separação) ou em situações de medo.
  • Agressividade: Em alguns casos, a ansiedade pode se manifestar como irritabilidade e agressividade, por medo ou frustração.
  • Isolamento ou busca excessiva por atenção: Alguns cães ansiosos se tornam mais reclusos, enquanto outros demandam atenção constante do tutor.
  • Comportamentos compulsivos: Movimentos repetitivos sem propósito aparente, como girar em círculos ou perseguir a própria cauda.
  • Hipervigilância: Estar constantemente alerta e reagir exageradamente a estímulos ambientais.

Como diminuir a ansiedade do cachorro? 7 estratégias

Gerenciar a ansiedade canina requer uma abordagem multifacetada e consistente.

1. Estabeleça uma rotina previsível e segura

Cães ansiosos se beneficiam de uma rotina diária consistente, com horários fixos para alimentação, passeios, brincadeiras e descanso. Porque essa previsibilidade oferece segurança e reduz a incerteza que pode desencadear a ansiedade.

2. Proporcione exercício físico e mental adequados

A atividade física regular ajuda a liberar energia acumulada e reduzir o estresse. Passeios diários, brincadeiras interativas e atividades que estimulem o cérebro do cão (como jogos de busca, brinquedos de quebra-cabeça e treinamento) são essenciais.

3. Enriqueça o ambiente do seu pet

Ofereça um ambiente estimulante e seguro, com brinquedos variados, locais de descanso confortáveis e oportunidades para o cão expressar seus comportamentos naturais (como mastigar e farejar). Além disso, a introdução gradual de novos estímulos pode ajudar a aumentar a confiança do cão.

4. Técnicas de dessensibilização e contracondicionamento

Mas para ansiedades específicas (medo de ruídos, estranhos), a dessensibilização (exposição gradual e controlada ao estímulo temido em baixa intensidade) e o contracondicionamento (associar o estímulo temido a algo positivo, como um petisco) podem ser eficazes, sempre com orientação profissional.

5. Evite reforçar comportamentos ansiosos e celebrações exageradas

Embora seja natural querer confortar um cão ansioso, o excesso de atenção nesses momentos pode, inadvertidamente, reforçar o comportamento. Ao sair e chegar em casa, procure manter a calma e evitar despedidas e saudações muito efusivas, especialmente em casos de ansiedade de separação.

6. Considere o uso de feromônios e suplementos naturais (com orientação veterinária)

Feromônios sintéticos caninos podem ajudar a criar uma sensação de segurança e reduzir a ansiedade em alguns cães. Mas em alguns casos, o veterinário pode recomendar suplementos naturais com ingredientes como triptofano, camomila ou valeriana, conhecidos por suas propriedades calmantes. Porém é crucial ressaltar que a suplementação deve ser sempre orientada por um profissional e não substitui outras formas de manejo.

7. Busque ajuda profissional

Em casos de ansiedade severa ou persistente, a consulta com um médico veterinário ou um comportamentalista canino é fundamental. Eles poderão realizar um diagnóstico preciso, identificar as causas subjacentes e desenvolver um plano de tratamento individualizado, que pode incluir terapia comportamental e, em alguns casos, medicação.

Porém a ansiedade em cachorros é uma condição complexa que exige compreensão, paciência e uma abordagem consistente. Além disso, identificar as causas, reconhecer os variados sintomas e implementar estratégias de manejo adequadas, você pode proporcionar um ambiente mais seguro e tranquilo para o seu pet, melhorando significativamente sua qualidade de vida e fortalecendo o vínculo entre vocês. Mas lembre-se que, em muitos casos, a ajuda profissional é essencial para um tratamento eficaz e para garantir o bem-estar emocional duradouro do seu companheiro canino.

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